sábado, 19 de maio de 2012

Kristen Stewart fala a Elle Francesa sobre OTR



Kristen Stewart: A atriz na estrada para o sucesso

A heroína de Twilight não deixou que as pessoas sugassem seu sangue. Kristen Stewart está Na estrada (On the road) para o sucesso, a nova adaptação para o cinema do obra-prima de Kerouac que será apresentada em Cannes. Nós a conhecemos.

Kristen Stewart mudou muito

Kristen Stewart mudou muito. Desde que apareceu para o enorme público, em 2008, como a insuspeita Bella Swan no primeiro filme da série Twilight Saga. Uma, como a outra, seguiu um longo caminho. A personagem descobriu os prazeres do sexo (nós tivemos que esperar até o quarto filme, imaginamos que isso tenha sido mais rápido para Kristen), ela viveu intensamente seu amor por um vampiro (Stewart não pode mais negar sua relação na vida real com Robert Pattinson, sua cara metade na tela), e passou pela solidão e pela doença. Quanto à atriz, sua transição para a vida adulta foi sob os holofotes. Ela tinha 18 anos durante o primeiro filme. Agora, ela tem 22, ainda parece ser uma adolescente, e manteve em sua voz aquele tom de descrença que vem de uma Hollywood densamente povoada por robôs, e hoje ela tem aquele olhar em seus olhos, de alguém que é determinado, obstinado. Mas nós também vemos algo surpreendente, alguém sexy. Durante nossa sessão de fotos nas montanhas de Topanga Canyon, com vista para as praias de Malibu, a atriz é tranquila e faz uma pose com aquele olhar distante e selvagem, que é sua marca registrada. Uma pausa, enquanto nós esperamos o sol se pôr, e nos acomodamos com alguns cigarros para falar sobre o filme que promete ser uma reviravolta na sua carreira. Ela sabe disso e fala sobre isso com paixão; On the road é o papel de sua – jovem – vida. “Quando Walter Salles me escolheu para interpretar Marylou,” ela relembra, “Eu tinha 16 anos. Era meu livro favorito, o papel que eu não poderia deixar passar.” Criada em Los Angeles por um pai que é produtor de TV e uma mãe que é roteirista, Kristen Stewart “cresceu no set”. “Eu estava sempre perambulando, e eu estava sonhando com um trabalho que me permitisse ser parte do processo. Isso me levou a ser uma atriz, totalmente por acaso. Foi trabalhando com diretores maravilhosos que eu aprendi a gostar disso.” Ela tinha 11 anos quando David Fincher a deixou interpretar a filha de Jodie Foster em Panic Room, ela tinha 17 anos quando Sean Penn a deu um pequeno papel em Into The Wild. Ela era uma atriz por muito anos antes de se tornar uma estrela, e a transição não foi fácil. “As primeiras poucas vezes que eu fui reconhecida na rua, foi uma surpresa completa,” ela disse. “Pode parecer inocente, mas até Twilight eu nunca tinha realmente pensado no “aspecto celebridade” do trabalho. De repente me encontrei encarando esse interesse doentio que se relaciona mais com a “cultura pop” do que com filmes; as pessoas vem te pedir uma foto ou um autógrafo porque elas te viram na capa de uma revista de fofoca, mas ela não tem nenhuma ideia dos filmes que você fez. Isso é preocupante.”

Hoje ela achou a solução


Hoje ela achou a solução: “Aceite a ideia de que todo mundo é um pouco estranho (…) De qualquer forma, quando as coisas não tem afetam, é como se elas nem existissem.” Então é isso para o “jogo da fama”, ignorar deliberadamente. Para papéis, no entanto, é um mecanismo diferente. O oposto, na verdade. Para dar vida aos personagens, Stewart necessita ser completamente levada, ela quer ser sensibilizada, se emocionar. “Para encarnar alguém você precisa sentir as coisas de verdade, você precisa ser outra pessoa… É um process misterioso que leva tempo. Eu sempre fico frustada quando o diretor grita “corta!” antes de eu alcançar aquele momento onde eu sinto dentro de mim que consegui trazer à vida a emoção certa.”

Quando ela fala sobre seu trabalho, seus olhos se iluminam, sua voz se torna mais intensa, ela começa a mexer as mãos e bater em seu peito para imitar a intensidade de uma emoção. Há algo de sexual em sua descrição de atuação, essa busca pelo último momento onde você se deixa levar, o que a deixa completamente drenada se é interrompida antes do paroxismo.

Ela é encantada pela amizade que compartilha com seus companheiros.

Ela é encantada pela amizade que compartilha com seus companheiros de On The Road, Garrett Hedlund (um irresistível Dean Moriarty) e Sam Riley (incompreensível no papel de Sal Paradise, alter ego de Kerouac). O fato de sua relação com seu colega Robert Pattinson ter ido além do limite do trabalho não é mais um mistério. Mas,lucidamente, Kristen se divertiu com o fato que ela compartilha momentos fortes na tela com alguém, sem nada acontecendo fora do set. “Nós vivemos este momento intenso, e quando nos encontramos no dia seguinte é como… “Mas,quem é você afinal?” O equivalente cinematográfico de só uma noite!

Desejo, frustração, inveja… Kristen Stewart tem uma relação carnal com a comédia, é quando nós entendemos o que Walter Salles viu nela antes de qualquer um: uma sensualidade bruta que a faz ser perfeita para interpretar Marylou, a única garota que os meninos toleram ao seu lado em On The Road, uma jovem, mulher de espírito livre, petulante, perdida. Absolutamente em todo o filme, Stewart fica em torno de vários, sem falsa modéstia, revelando em cada tomada, muito mais do que um seio ou um pedaço da bunda. Apesar disso, sua cena mais intensa é uma na qual ela está completamente vestida; ela está dançando por muitos minutos com um enfeitiçado Dean Moriarty, um frenético e furioso momento sexual no qual ambos acabam suados e descabelados.Tórrido, mas nunca lascivo, um desempenho real.

Tornar-se alguém

Tornar-se alguém, viver experiências falsas, mas sentir coisas reais… “Eu não seria capaz de lhe dizer o que me faz atuar e fingir ser alguém o tempo todo,” ela admite, “Querendo contar histórias para as pessoas, mas eu aprendi tanto com os filmes que eu fiz… Isto mudou a minha vida. É um estranho desejo, um impulso estranho.” Nós a conhecemos como justa e apaixonada, e nós ficamos mais do que surpresos de ver a linda rebelde amarrar o nó com a Balenciaga, que a fizeram como sua nova musa. Ela diz que ficou interessada em moda após “anos de aprendizado forçado”: “Eu costumava me vestir pro red carpet por obrigação, antes daquele dia onde eu percebi que seria a minha grande chance.” Então, quando Nicolas Ghesquière a perguntou se ela gostaria se juntar a ele, ela pulou naquela ocasião. “Eu decidi ignorar o lado superficial do mundo da moda. Entretanto, Nicolas é uma das pessoas mais legais que eu conheço. Ouví-lo falar sobre seu trabalho, ser ele, entre pessoas que gostam dele, que gostam de fazer coisas bonitas, é incrivelmente estimulante para mim.” Fazer uma colaboração em cada experiência profissional, é o credo de Kristen Stewart, uma sábia jovem mulher, que está lutando para livrar-se dos profundos mal entendidos que Twilight a colocou.

Depois de On The Road, ela estará atuando em outro filme neste verão, com Snow White and The Huntsman, um filme baseado no conto dos irmãos Grimm, com um grande orçamento e efeitos especiais magistrais. Ela interpreta uma princesa mal humorada. Isto irá convencer até a ultima pessoa descontente, que escolheu vê-la como uma celebridade momentânea, que ela está aqui para ficar e começar a sua transformação antes do lançamento, em Novembro, do capítulo final das aventuras de Edward e Bella, o que a deixará livre para sempre do aperto desde filme de vampiros. A metamorfose apenas começou.

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